Conceito

A ideia deste livro surgiu no final de 2011, depois de alguns anos a ilustrar livros para crianças, mas principalmente porque me tornei mãe e comecei a sentir uma necessidade urgente em passar aos meus filhos os melhores exemplos e valores, nestes tempos conturbados e de mudança que todos continuamos a viver.

É uma edição de autor, pois é a consequência do pouco investimento que se vive por parte das editoras, mas também e principalmente, uma afirmação da minha parte e no quanto acredito neste meu projecto para no final, decidir arriscar e apostar nele por conta própria.

Este livro em particular foca-se a 100% na Partilha.

Hoje fala-se muito em “crise”, eu penso mais numa “crise de valores”. Valores que reparei, foram sendo esquecidos ao longo destes últimos 20 anos, pelo facilitismo na aquisição de tudo e de muitas coisas... demasiadas coisas!
Consigo ver hoje muitas crianças, perdidas no meio de autênticas avalanches de brinquedos nos seus quartos. Uma geração a quem tem sido dado pouco espaço para a imaginação, para a invenção ou para a partilha, onde o verbo “ter” adquire muita, demasiada importância a meu ver.

Inspirado no conceito do bookcrossing, achei que podia ser um livro perfeito para ler/experimentar com a minha filha (4 anos) e começar a inspirá-la no mundo mágico da partilha. Da importância do SER sobre o TER, e numa linguagem que fosse acessível às crianças.
Embora possa ser trabalhado por crianças mais novas dependendo da maturidade e do acompanhamento certo, no entanto, penso que este livro é mais facilmente dirigido a uma faixa etária a partir dos 6 anos.

Um livro que não se destina a ser guardado em casa, mas a ser partilhado com o próximo, oferecendo-o ou mesmo deixando-o em locais públicos para que possa ser encontrado, e possibilitar a passagem da mensagem à criança/adulto/pai ou mãe seguintes. Embora saiba que muitos não vão conseguir oferecer o seu próprio livro, a ideia também é deixar asemente do gosto pela partilha.

No final há uma página com um marcador que se pode digitalizar e onde é possível registar a passagem do livro pelas mãos da criança, e esta ficar como uma pequena recordação, antes de o libertar. Assim como o registo do seu nome, data e local para que a criança seguinte veja quantas vezes o seu livro já foi partilhado.

Está também carregado de pequenos jogos: animais escondidos, objectos repetidos, perguntas sobre Portugal, etc. Pequenos jogos que eu própria, enquanto criança, adorava ver nos livros e que amei reproduzir neste meu primeiro livro como autora.

É também um elogio ao meu Portugal e às coisas boas que temos por cá.
No final, é apenas um livro que não é feito para ser guardado numa prateleira, mas no coração de quem o lê e o consegue libertar.

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